OS POETAS:

Octavio Paz
DESTINO DO POETA
Palavras? Sim. De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro erramundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde.
(Trad. Haroldo de Campos)

Octavio Paz
DESTINO DO POETA
Palavras? Sim. De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro erramundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde.
(Trad. Haroldo de Campos)
EM MEU OFÍCIO OU ARTE TACITURNA 
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Em meu ofício ou arte taciturna 
Exercido na noite silenciosa 
Quando somente a lua se enfurece 
E os amantes jazem no leito 
Com todas as suas mágoas nos braços, 
Trabalho junto à luz que canta 
Não por glória ou pão 
Nem por pompa ou tráfico de encantos 
Nos palcos de marfim 
Mas pelo mínimo salário 
De seu mais secreto coração. 
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Escrevo estas páginas de espuma 
Não para o homem orgulhoso 
Que se afasta da lua enfurecida 
Nem para os mortos de alta estirpe 
Com seus salmos e rouxinóis, 
Mas para os amantes, seus braços 
Que enlaçam as dores dos séculos, 
Que não me pagam nem me elogiam 
E ignoram meu ofício ou minha arte. 
(trad. Ivan Junqueira)
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Vladimir Maiakovski
DE "V INTERNACIONAL"
Eu
à poesia
só permito uma forma:
concisão,
precisão das fórmulas
matemáticas.
Às parlengas poéticas estou acostumado,
eu ainda falo versos e não fatos.
Porém
se eu falo
"A"
este "a"
é uma trombeta-alarma para a Humanidade.
Se eu falo
"B"
é uma nova bomba na batalha do homem.
(trad. Augusto de Campos)
DE "V INTERNACIONAL"
Eu
à poesia
só permito uma forma:
concisão,
precisão das fórmulas
matemáticas.
Às parlengas poéticas estou acostumado,
eu ainda falo versos e não fatos.
Porém
se eu falo
"A"
este "a"
é uma trombeta-alarma para a Humanidade.
Se eu falo
"B"
é uma nova bomba na batalha do homem.
(trad. Augusto de Campos)


