F C M

fruto-da-paixão & brilhante escuridão

I.

Prédicas, hieróglifos
e emblemáticas:
Fotos aromáticas
dos concretos aeroglifos.

Flores em geoglifos
nas terras matemáticas.
Coreografias temáticas,
dos nadadores hidroglifos.





II.*

De fantasia opaca escuto um sussurro diabólico.
Sobe na lunática cosmologia fictícia e nebulosa;
Na manhã surgem iluminuras de oásis.

Do andar dos felinos as pegadas distorcidas
Vêem gripados que o dia talvez não cure
Na floresta cuidam-se, o medo, amiga e amigo.

*publicado em setembro no Poema Dia


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Gone

8
Na serena alvorada,
o paradoxo de Epicuro
endeusa minha namorada.
***
modificado do original no Poema Dia

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Morfema Blues


No amargo circular
de um triângulo ácido.
O visual é tacto.
***
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PEIXE-BORBOLETA


Um aquático índio
na selva de algas.
O mar é sua tribo.
1
2
3
4
Arte e inspiração:
Na obra em construção:
Em busca do Rei
de Thiago de Barros.

Epifitismo



***
Servo do verso
votar na trova.
#
Espião da poesia
mira na rima.

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Nódulo


Imagem codificada, autoria desconhecida.
-
Mentira - me liberta.
Verdade que desfralda
na anfibologia visível.

Bolado






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Entoso, Diamante e Grafite


Gostar-me-á do nada.

Pensar-me-á no fulerenos,
Cura danada
De todos os venenos.

Química dos eternos.

Física hibridizada
À amada.

Menos do menos.

Buscar-me-á a imortalidade
Finita
Da saudade.

Mostrar-me-á a realidade
Infinita.

Vã carbonidade.


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A ponte


***
Alienação em relação à flor,
um pó vermelho na testa
e o xamã entoa uma prece.
***
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Exteriorização do individual ou O entosado

ma photographie numérique

"...no soneto nada existe..." "...talvez um nano significado numa epopeia..."



Começo observando Marx e Engels
onde suas conjugações alemãs
têm mais alcunha interna
que as letras, sim.


Por exemplo à paixão,
que é a realização virtual
dos três amores:


não julga
não se explica
não tem por que.


(Quero a volta da neutralidade na língua,
não como no latim,
mas da forma pura
assim, saudade de verdade.)

Trilogia das Flores


...

Eu, você e rosa
Congelar o tempo de amar
Toda poesia nenhuma prosa

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Kanjis & Sheng


"Renego deste lavrar
e do primeiro que o usou!
Ao diabo que o eu dou,
que tão mau é d'aturar!
O Jesu! Que enfadamento,
e que raiva, e que tormento,
que cegueira, e que canseira!
Eu hei de buscar maneira
d'algum outro aviamento."
A Farsa de Inês Pereira(Gil Vicente)

888
No matrimonio extra solar,
uma valsa nupcial desafinada,
e o universo dança com o universo.
***
imagem de google

Canônico


***

Deixemos, porém, este divagar pouco atraente.
Prossigamos considerando diretamente a figura original dos nossos patrícios retardatários.
Isto sem método, despretensiosamente, evitando os garbosos neologismos etnológicos. (...)

{da Cunha, Euclydes in Os Sertões}


Os Abandonados
---
Nada de Sebastianismo.
Muito menos egoísmo,
Mas meu nome é Felipe?

Amante Entoso do Jogo Budista


Veda
o Atmã.
O Bramã
seda.

O Karmã
meda.
Leda
o Dharmã.

O Nirvana,
tudo
e o nada.

Emana
o ludo
e a amada.

imagem do google

Física Chinesa
















Substantivo

Amor ao dente,
paixão na pele e
coração à mente.


A vida é...

Última parte
do devir,
o longo suicídio.


Grafite

Transmissão de dados,
a sorte no resto.
Sigo do preto ao branco.
+
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Latinização da América alemã

















"Tudo é anagrama de nada,
a imaginação ininteligível"

Narrativa

A poesia é prosa.
Quando cai na razão
de ser irracional.


Portumão

To dog, para Deus.
Low cura o meu
unwise luso inglês.


Soft Ware Hard


O computador.
Computa a dor
da mercadoria cerebrum.
+
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Outra TransCriação

SHAKESPEARE

SONNET XVII

"Who will believe my verse in time to come
If it were filled with your most high deserts?
Though yet heaven knows it is but as a tomb
Which hides your life and shows not half your parts"...




22.
(Felipe da Costa Marques)

Tenho áurea de fausto, homem do homem,
Artista Inca, mais velho do que os Incas,
Encontrado num túmulo sem nome,
Onde as coisas têm colorido cinza.
Idade de gémeos, vários cadeados
Do véu aos pés estava perto de Deus,
Quando o grande legado é um pecado
E minha alma e casa são simples "eus".
Pergunto a sina de ser protagonista.
Meu olhar que de repente se perdera
Na sensação de ter, não veio à vista
Abri os olhos, nem memória tivera
Recorda a ressalva de quem recorda
Um vazio de não ter visto as bordas.
__

XXII.
(Fernando António Nogueira Pessoa)

My soul is a stiff pageant, man by man,
Of some Egyptian art than Egypt older,
Found in some tomb whose rite no guess can scan,
Where all things else to coloured dust did moulder.
Whate'er its sense may mean, its age is twin
To that of priesthoods whose feet stood near God,
When knowledge was so great that 'twas a sin
And man's mere soul too man for its abode.
But when I ask what means that pageant I
And would look at it suddenly, I lose
The sense I had of seeing it, nor can try
Again to look, nor hath my memory a use
That seems recalling, save that it recalls
An emptiness of having seen those walls.

Entoso do Eterno Retorno














Aqui se goza tudo o que não se goza
no profundo lago subterrâneo...


O invisível condiciona a paisagem visível
no profundo lago subterrâneo...


Um momento de inércia
no profundo lago subterrâneo...


Netuno não é Posêidon
no profundo lago subterrâneo...


Falar mesmo que não dizer nada
no profundo lago subterrâneo...

-
Vazio de olhos e ouvidos
no profundo lago subterrâneo...


Chegar à morte sem viver
no profundo lago subterrâneo...


Inspirado na Cidade Existente no Fundo do Mar e...

No Soneto De Profundis
Do Henrique "Bardo" Pimenta.

imagem do google

Matsuô Munefusa













BASHÔ
POETA JAPONÊS

(poemas originalmente publicados no Poema Dia e sem títulos)

Hãicai

A rã, plocotof, pulou na tela
para sapear a sapiência e coaxa:
“Música para os olhos”

Romã

As palavras têm sexo.
Amam-se umas às outras?
O amor tem que ser reiventado.

Espírito

Chego ao fim dos tempos.
Os homens acabaram e
ainda sonham com a vida!

imagem do google

Tríada do Haikano

















______
10)
A tele cinética binária,
lógica matemática.
Robótica emocionante e diária.

20)
-Você está sangrando!
-
E Marie? -perguntou Juan.
-No estorvo suando.

33)
Curto-circuito nas sinapses,
engrenagens eletroquímicas.
Estado amazónico de ser.

imagem do google

Terna Infinitude Poética...

L’ÉTERNITÉ

Elle est retrouvée.
Quoi ? - L'Eternité.
C'est la mer allée
Avec le soleil.

Ame sentinelle,
Murmurons l'aveu
De la nuit si nulle
Et du jour en feu.

Des humains suffrages,
Des communs élans
tu te dégages
Et voles selon.

Puisque de vous seules,
Braises de satin,
Le Devoir s'exhale
Sans qu'on dise : enfin.

pas d'espérance,
Nul orietur.
Science avec patience,
Le supplice est sûr.

Elle est retrouvée.
Quoi ? - L'Eternité.
C'est la mer allée
Avec le soleil.


Canção de ARTHUR RIMBAUD


















A ETERNIDADE

É verdade.
O quê? – A Eternidade.
Ela é rota marítima
Com a luz íntima.

Amor de sentinela,
Murmúrios da confissão.
De noite está singela,
E em dia numa explosão.

Do sufrágio humano,
O elo comum.
Quando chegar o ano
Voar em um...

Sempre sozinho
A brasas do cetim,
O dever de ninho
Aquele suspiro: – enfim

Não há esperança,
Orientação zero.
Ciência e temperança,
O castigo é vero.

É verdade.
O quê? – A Eternidade.
Ela é rota marítima
Com a luz íntima.


TransCriação de FELIPE DA COSTA MARQUES

Intertexto

Armação dos Búzios, 1984... “Pensei em ser médico, filósofo ou arquiteto, mas, como sou preguiçoso, acabei poeta.”

9§ Entoso
















Ansiamos

À flor,

O Tempo,

Memória e dor.

---Os olhos,

---O ardor

---Fome

---De trabalhador.

------Tu, na Natureza

------Inspirador,

------Prazer

------Aviador.

---------Voo ao fundo

---------No chão, o mundo.

imagem do google

Dísticos Enumerados Filosoficamente




















I.
O apagar da estrela
e a iluminação de uma cítara.

V.
Do etílico em êxtase
para o degredo no segredo.

X.
Na citação ou elegia
ou dança, tudo é dois.

L.
Os lábios que meus lábios beijaram
são esquecimento mais saudade.

C.
Sol de verão no inverno lunar
onde a inversão sublime.

D.
...desestruturo a linguagem
narro o impossível...

M.
Cinematográfico leitor e
o fotógrafo escritor. Um duo infinito.

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WAKA & HAIKUS




















----------------------------------------------------
Leitura

Quando os camaradas escreverem

na mente do fel ao âmago
me degredo no lar


História

Um nanopoema tatuado
-a teoria dos ateus-
e Deus conversando sozinho


Mudança

Da metempsicose taxonômica
a verdadeira alma poética
é o total desencantamento

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Ático Labirinto Argentino


De frente ao tigres,
uma presa casa.
A alma borgeana vive.
*

Sake no fígado,
a pílula carpinteira.
O trago da triste razão.
**

Um lábaro anarquista,
de fenomenologia bandeirante?
O desamor conquista.
***

alguns pássaros são monogâmicos












Um canto
ao faro sabor,
no relé labor
do manto:

A similar
tentação
do coração
a falar.

Nos desapegos
de apaixonar
-voar o momento-

esquecimento

sempre aproximar
o casal de pregos.

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TANKAS - ou a troca impossível


A obturação
o dente ante o canal
e a vontade de ter um novo rosto


Ao tribunal, amanhã,
as injustiças e um sorriso
de tristeza.


Permanente ilusão!
Na tarde da esperança,
a menina apareceu nas minhas mãos.


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Economic Depression Japonesa

Morena


Episodia terra

negra do samba.

Brasilis, a antítese da poção.



Controverso


Enigmático imagético.

Invenção da

poética filosófica.



Índice


Valsa debutante

do nada.

Coloridas luzes dançantes.

Dois Jarros


Favo

não necessito entender de poesia
___________________beijos
___________________flores
___________________carinhos
___________________amor
___________________sonhos
___________________filosofia
pra respeitar as mulheres,
abelhas ensinaram-me delas


Pulgas


Gosto doce
de um sangue lúbrico.
Saudade da Amélia?...

imagem do google

Joaquim, eu e José

Surrealismo Machadiano

“Olhos são poemas.
Que há melhor,
em que se leia
amor?”

Sobre o tema das Não-Elipses

O céu,
com olhos
nas nuvens,
abochanha
a árvore.
E a linha do horizonte acanha
o sol.

Cosmologia de Saramago

“Culta ciência de não ser,
ou de um ser que cinde,
presenças e ausências,
o mote da partida:
Perto longe, um d’aqui.
Ânsia de ver.
A semente que vinde,
pedras e cadências,
da onda repetida
a curva vem de ti.”


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5§ Entoso


Na arquitextura niética,
ela é minha passarela,
entrando em cada janela
feito onda fotomagnética.
Oh! Escura cor que cura
a clara dor da saudade,
como casais sem idade
que amam com ternura.
No cais aeroportuário
o voo extraterrestre,
de Oscar eterno mestre
ao Valentim não anuário...

Cria e dói a alma do critério,
inspirada pelo senso de mistério.

Grafia ao foco...


Garimpo em fotos
algo no lago...

Paisagem
imagem
grafite e carimbo...


Fitos sem criação de
elipses far quem...

4% Entoso



Se eu não te adorasse, fechar-te-ia os olhos carinhosamente.
Ti dispensaria numa vala comum, em sítios abandonados,
Para que felinos a pudessem alevantá-la do fosso,
Rastejá-la pelas matas, com partes repletas de larvas.
____
Se eu não te adorasse, matar-te-ia em desastre aéreo,
Como se lê todos os dias nas revistas,
Só para vê-la reduzida a pó, a poluir o ar
Dos transeuntes com suas camisetas publicitarias.
---
Se eu não te adorasse, te afogaria na piscina,
(ou esqueceria você sozinha no deserto)
Apontar-te-ia um S&W, faria o churrasco canibal.
---
Se eu não te adorasse, te hostilizaria desde a infância,
Como se Godard filmasse os seus pesadelos.
Se eu não t’adore, seria isso que eu diria.

Sapo'ie ÿTë


Entoso 3$

Há Elefantes-brancos nos Bancos?
Desconcreto desforma, amoras?
É difícil entender o edificio dos Brancos?
Vermelhou o verme-boi do emboras?

Velho Pietro âmbita?
Aquela saudade lá?
Entre a Rosa e a Terra-dinamita?
Igualdade nos mostra Lá?

Yo us tartaruga, rugas.
Sapo sou, dos buracos negros,
e matérias escuras de gás...

De pará com os Índios
mortos envenena-gados.
Pêlos de Dios e íons...